No capítulo, são analisadas as representações femininas nas cenas de arte rupestre presentes no sítio arqueológico da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato – PI.
O professor do curso de Psicologia do Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS), Antoniel dos Santos Gomes Filho, teve um capítulo de sua autoria, em parceria com um grupo de pesquisadores brasileiros, publicado no livro The Role of Women in Prehistoric and Tribal Societies (O papel das mulheres nas sociedades pré-históricas e tribais), da editora italiana, Atelier.
Dentre os motivos que levaram o professor Antoniel a pesquisar esse tema está o seu contato com a antropologia e a arqueologia, ainda no período do mestrado em Educação, na Universidade Federal do Ceará. Logo após, ele realizou expedições ao Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) e uma vasta revisão bibliográfica sobre o assunto, culminando na publicação do capítulo Female Representations in Rock Art Scenes, São Raimundo Nonato-PI, Brazil (Representações Femininas em Cenas de Arte Rupestre, São Raimundo Nonato-PI, Brasil), em parceria com os autores Michel Justamand, Gabriel Frechiani de Oliveira, Vanessa Belarmino da Silva e Pedro Paulo Funari, no livro supracitado.
“A pesquisa é fruto de uma expedição ao PNSC no início de 2018, que teve a supervisão do prof. Michel Justamand. Durante uma semana, foram visitados diversos sítios arqueológicos e foi realizado o registro fotográfico das pinturas rupestres, cujo foco específico eram aquelas que retratavam cenas que representavam práticas sexuais. Após o levantamento em campo, foi iniciado o processo de análise das pinturas rupestres e a escrita dos artigos científicos, como modo de apresentação dos estudos, sendo estes divulgados em diversas revistas científicas e livros nacionais e internacionais”, explica o professor Antoniel.
Cumprindo seu papel acadêmico, científico e social, os estudos e pesquisas antropológicas e arqueológicas são fundamentais para que se possa conhecer como viviam as pessoas e grupos em épocas distantes do presente.
“Tal conhecimento nos mostra que muitos de nossos costumes, hábitos, formas de resolver questões cotidianas, estejam elas ancoradas numa perspectiva cultural ou biológica, já são compartilhadas há milhares de anos. Assim, conhecer como viviam os seres humanos que habitavam o Nordeste há, no mínimo, 12 mil anos, é conhecer sobre nós seres humanos do presente, e compreender que não somos muito diferentes deles”, comenta o prof. Antoniel dos Santos sobre a relevância do estudo para o campo.