O curso de Direito envolve teoria e prática, ou seja, ao longo da graduação, o aluno vai se familiarizar com algumas práticas que serão usadas em sua profissão. Uma delas é o júri simulado.

Você vai saber o que é um júri simulado e como ele funciona ao ler nosso post. Descubra a seguir qual é sua importância para o graduando em Direito!

Júri simulado: o que é?

Como o nome diz, o júri simulado é uma simulação. É uma estratégia de ensino que muitos cursos de graduação em Direito adotam.

Esse tipo de estratégia ajuda os alunos a pesquisar algum tema, a fazer uma reflexão crítica a respeito dele, a organizar as ideias e a expressá-las de forma estruturada e clara. Geralmente, os assuntos envolvem polêmica e polarizam ideias.

O júri simulado faz uso da mesma estrutura de um tribunal de júri. Os estudantes se dividem entre juiz, acusação, defesa, testemunhas e jurados. É necessário desempenhar cada uma das funções com precisão, de forma similar ao que acontece em um júri verdadeiro.

Antes da data do júri simulado, o professor usa o espaço das aulas para orientar os estudantes, fazendo uma discussão sobre o que será julgado. O docente pode preparar, separadamente, a defesa e a acusação, motivando-os a definirem estratégias de argumentação. 

Assim, o júri simulado é formado pelas seguintes partes:

  • juiz: organiza o julgamento, estipula a pena;
  • réu: sujeito passivo da relação processual;
  • acusação: formada pelos promotores que argumentam no sentido de condenar o réu;
  • defesa: formada pelos advogados de defesa que argumentam no sentido de provar a inocência do acusado;
  • testemunhas: prestam informações sobre os fatos referentes à infração;
  • jurados: dão o veredito, decidindo a culpa ou a inocência do réu.

Os princípios constitucionais do Tribunal do Júri

A Constituição de 1988 garante alguns princípios na instituição do júri: plenitude da defesa, sigilo das votações, soberania dos vereditos e competência para o julgamento de crimes dolosos contra a vida.

Plenitude de defesa

O acusado, conforme as garantias humanas fundamentais, tem direito de defesa, principalmente em caso de crimes. A primeira garantia diz respeito à ampla defesa (artigo 5º, LV, CF), de natureza mais genérica. A segunda garantia refere-se à plenitude de defesa.

A defesa ampla, embora abundante, não é necessariamente completa. Já a defesa plena envolve a completude, ou seja, uma defesa absoluta.

Sigilo das votações

Os jurados são leigos, cidadãos oriundos das mais diferentes classes sociais. Eles formam o Tribunal Popular sem as garantias do magistrado togado.

É necessário que votem tranquilamente, já que o Estado convoca essas pessoas para que deem o veredito conforme sua consciência e os ditames da Justiça.

A Constituição Federal determina que a votação deve ser sigilosa. O sigilo envolve o local onde se dá a votação, uma sala privada sem a influência do público, e o voto, que é secreto, colocado em urna fechada.

Soberania dos vereditos

A soberania representa o poder supremo. A decisão do Tribunal é soberana, ou seja, não há poder que possa modificá-la ou reformá-la. Não há decisão que possa suplantar o veredito do júri.

Competência para o julgamento de crimes dolosos contra a vida

Para conferir existência perene à instituição do júri, a Constituição Federal define competência mínima para o julgamento de delitos dolosos contra a vida.

Qual a importância de um júri simulado para estudantes de Direito?

O júri simulado permite maior aproximação com a prática jurídica ainda durante o curso, na faculdade.

Assim, habitua os estudantes a uma das diferentes atividades que preenchem a rotina do bacharel em sua carreira em Direito

Dessa forma, o júri simulado é importante porque:

Promove reflexão crítica sobre um tema

Enquanto se preparam para o júri simulado, os estudantes coletam informações valiosas sobre o caso e devem refletir criticamente sobre elas.

É necessário avaliar em como formar uma narrativa de acusação ou defesa com os dados disponíveis. Também é preciso considerar a forma como o júri vai receber as informações.

O professor trabalha, assim, um conjunto de habilidades com os estudantes: capacidade de pesquisa, de interpretação, de reflexão crítica, entre outras.

Aprimora a capacidade argumentativa dos graduandos

A acusação e a defesa devem persuadir o júri a aceitar seus pontos de vista. Logo, é necessário desenvolver bons argumentos, dispondo fatos em sequência lógica e progressiva.

Os estudantes devem definir uma estratégia de argumentação e colocá-la por escrito. Durante o júri simulado, precisam expressá-la com clareza e persuasão.

Trabalha em grupos, organiza ideias e soluciona problemas

Na rotina de trabalho, o advogado vai trabalhar com equipes, dialogar e defender sua opinião. Ele deve também solucionar problemas, sendo preciso, algumas vezes, responder com agilidade às demandas que surgem.

Desse modo, o desenvolvimento dessas habilidades é um dos objetivos do júri simulado. O professor atua como um guia a quem os estudantes podem recorrer.

Porém, na maior parte do tempo, eles terão que atuar entre si, organizando ideias, dialogando e resolvendo problemas que aparecem. É justamente uma simulação da rotina do advogado.

Desenvolve a habilidade de expressão verbal

O júri simulado também melhora a capacidade de comunicação verbal: a maneira como eles expressam as suas ideias por meio da fala. No Tribunal, defesa e acusação precisam persuadir o júri falando, argumentando por meio de discursos bem construídos.

Durante a preparação para a dinâmica, os graduandos identificam as linhas de exposição mais eficientes e as maiores dificuldades.

Os estudantes trabalham no desenvolvimento de um texto, que vai fundamentar a fala. Trabalham também com suas limitações, com a cooperação do professor e dos colegas.

Aprende conteúdos relevantes da disciplina

Finalmente, o professor pode usar a estrutura e o processo de preparação da dinâmica para apresentar pontos relevantes da disciplina.

A aula não aparece somente como uma exposição de ideias. O conhecimento é construído por meio da troca com os estudantes.

Para atuar dentro da lei como advogado, cursar Direito é a solução. Vale lembrar que, apenas com o diploma, a pessoa pode prestar exame para a Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e, assim, trabalhar como advogado ou como outro agente que precisa de registro.

Como existem muitas opções de faculdades, você pode ficar em dúvida sobre qual delas escolher. Pensamos nisso também! E, para ajudar você, estamos oferecendo um material gratuito. Confira 5 fatores importantes que você deve considerar na hora de escolher uma faculdade!

Infográfico - 6 bolsas e financiamentos para entrar na faculdade